1 – O click da sapatilha no pedal
quando saímos de casa para rodar
2 – Água.
O que nós damos pouco valor no
dia a dia, ganha a sua real importância quando acaba antes do treino e bate o
desespero. Aí vem um empréstimo salvador de uns goles da caramanhola de um
companheiro.
3 – O PELOTÃO.
Olhares, câmbios de marcha, acelerações,
adrenalina, 200m e uma eternidade depois foi-se a chegada. Cada um com as
vitórias ou explicações para dar. O PELOTE lhe força a andar mais rápido em
mais dias. Ensina como você está ranqueado em relação aos outros e, mais
importante, dá margem a todos os fantásticos apelidos. Aprendemos que as nossas
fantásticas máquinas ficam melhores e mais divertidas em boas companhias.
4 – Loja de Bicicleta.
Você abre a porta e sente aquele
cheiro mágico de pneus, lycra e óleo!
Quadros, roupas, acessórios. Tudo meio amontoado, em uma ordem única.
Revistas de ciclismo nas bancadas, fotos de grandes atletas nas paredes.
Na oficina o trabalho paciente, artesanal e quase artístico nas nossas bicicletas.
Além dos parafusos e componentes, algo mais define o que cada um chama de A SUA
LOJA. É algo como um bar, escola, praça, academia, ou mesmo um templo. Melhor
ainda, a sua casa!
5 – Aromas.
Cheiro de mato, asfalto, lama de
chuva recente, pneus novos e até de um gole de Gatorade no meio do pelote…
6 – Sprintar, e conseguir fugir
dos cachorros.
7 – O dia em que você finalmente
se convence que não fica ridículo de bermuda justa e camisa colorida. Ou ainda,
com capacete na cabeça.
8 – Continuar a pedalar depois
que a chuva aperta, se transformando em um temporal.
9 – Papo de pelotão. Seja a conversa de botequim dos
treinos leves ou a gritarias e gruídos durante as provas.
10 – Camisas de equipes. Muitas vezes de gosto duvidoso,
estão acima das modas, e talvez por isto mesmo mereçam serem usadas.
11 – Tecnologias que o ciclismo
deu ao mundo.
12 – Ver um nascer do Sol
fantástico, que você não veria se a preguiça tivesse vencido e você não saísse
para treinar.
13 – Ensinar uma criança a andar
de bicicleta ou, a um amigo o que REALMENTE é andar de bicicleta.
14 – Aquela cara de espanto dos
não ciclistas quando você responde à pergunta de quanto já rodou, seja em um
bar ou no meio da estrada.
15 – Pernas.
É simplesmente a mais elegante “máquina”
do nosso corpo. A transição de inveja para admiração toma tempo e kilometragem.
Independente do status social, econômico ou mesmo intelectual, uma perna
“rodada” é admirável.
16 – Subidas.
Bobos mortais que somos. Como
Ícaro subimos em direção ao Sol, não com asas de cera, mas com esperança e
atitude. Nós nunca chegamos lá, nem meso perto. Apesar de que de vez em quando damos
sorte e sentimos o cheiro das nuvens. É a nossa arrogância que nos faz subir
montanhas? Curiosidade? Porque nos faz sentir tão bem quando chegamos no topo?
Nossa fome de força e adrenalina na descida a 70 km/h? No coração do esporte
está o sofrimento. Não apenas a tolerância, mas principalmente a negociação com
a dor. E, nada exige mais capacidade de negociação com a dor do que uma subida
sofrida. Não é a toa que o Rei da Montanha tem muito mais prestígio do que o
Rei dos Contra Relógios! Alguém já disse que quanto mais sofremos mais
mostramos quem realmente somos. Talvez haja algo de errado conosco, os
ciclistas. Ou talvez algo muito certo! Seguimos com a pressão nos pedais,
enxergando pontos distantes antes de vê-los com os olhos. Pernas queimando,
ácido lático acumulando, cabeça e corpo unidos em uma sobrevivência vitoriosa.
Vitória que importa mesmo que ninguém tenha visto. Nós vimos. Sentimos a exaustão das últimas pedaladas.
Saberemos para sempre o sabor da vitória de ter vencido o desafio contra a
gravidade. Nada se compara a uma subida!
17 – Abrindo a caixa de um
acessório novo.
18 – Ter uma bicicleta que vale
mais do que um carro (Não espalhem!!)
19 – Velocidade
60 km/h na chagada, 70 km/h na
descida, 15 km/h nas subidas, 25 km/h no plano com um forte vento contra… Velocidade
não é um número, mas uma sensação!
20 – Cair de bobo, por esquecer-se
de tirar o pé do clip.
Embaraçoso e ridículo pode
acontecer em uma parada distraída no sinal, uma freada repentina ou uma subida
em que a velocidade vai caindo, caindo… De qualquer forma nos lembra que o chão
está perto e certas bobeiras têm resultados inevitáveis!
21 – Café. Seja no início ou fim do treino, junto com
a conversa fiada da Padaria.
22 – A bicicleta do Natal, do
Aniversário, ou qualquer desculpa que nos damos para comprar uma NOVA
Bicicleta, mesmo que seja usada!
23 – Uma subida com o Sol pelas
costas. Você na roda da própria sombra
24 – Depois de um treino duro ou
corrida, seja no asfalto ou na lama, chegar em casa e ver no espelho a imagem
que reflete a vitória pessoal, de ter no mínimo participado e completado.
25 – Humildade
26 – A dupla solo, você e sua bike
saindo para treinar
27 – Corridas amadoras. Saímos de casa cedo nas manhãs
de domingo sem ter nenhuma certeza como vamos ou mesmo se vamos ganhar. É a
nossa nobre atitude de que nem tudo tem uma explicação lógica ou talvez sabendo
que é muito mais divertido do que ler o jornal e ir para a praia.
28 – Durante o treino, você sente
que a endorfina está chegando. Você sabe, e aceita.
29 – Um rolo em casa. Pode ser na varanda ou na
garagem. Nada demonstra de forma mais forte o seu comprometimento e amor pelo
ciclismo.
30 – Trilhas. Apesar dos tombos e lama, o
prazer de cruzar uma trilha de terra ou mesmo barro jamais vai envelhecer.
31 – Uma cerveja na sua “janela
de glicogênio”, ou seja, no fim do treino! (essa é pro “Cassino”)
32 – RISCO
O que você estava fazendo no meio
daquele sprint com 20 caras balançando no limite do controle? Ou na descida do
Alto à 60km/h, fugindo dos buracos e dos carros? Por que pedalar ao invés de
jogar golfe? Bem claro que qualquer um pode ser atingido por um raio, mas a
adrenalina e o risco associados existem em poucos esportes chamados adultos.
Ciclistas correm atrás do risco. Qualquer atividade
que precise de um capacete já disse a que veio. Mas, quando você vence o medo,
supera a você mesmo de uma forma única, como se fosse elevado a uma outra
dimensão que você não alcança na maior parte dos dias. Conviver com o RISCO e
superá-lo, é genial!
Autor
desconhecido