Há muito tempo à bicicleta vem sendo utilizada como um importante meio de transporte, e como uma verdadeira máquina na prática de competições. A todo o momento estudos são realizados no intuito de sofisticá-la quer seja diminuindo seu peso, aumentando sua durabilidade ou mesmo proporcionando melhor aerodinâmica, sempre visando à melhora do rendimento do ciclista. Paralelamente a sofisticação das bicicletas, ao invés de estudos desenvolvidos por engenheiros e físicos, outros profissionais como fisioterapeutas, professores de ed. física e médicos, realizam constantes estudos em relação ao comportamento do corpo sobre a “arte de pedalar”. A maioria dos praticantes com um determinado tempo de experiência nos pedais, sabe que para obter um bom rendimento não é só subir na bicicleta e pressionar os pedais. Acredito que realmente para aproveitar o mínimo de esforço para obter o melhor rendimento da bicicleta, acaba-se transformando um simples gesto em uma arte de pedalar. Os principais músculos responsáveis são os extensores do joelho (quadríceps), porém quando falamos em aproveitamento da pedalada, nos referimos ao aproveitamento de todo o ciclo de 360º na produção da força nos pedais para um melhor rendimento. Na figura abaixo podemos observar os grupos musculares mais solicitados na realização do movimento da pedalada, como seus percentuais de trabalho relativo. | |
Algumas variáveis como posicionamento do banco e guidão, podem alterar a percentual do trabalho assim como a técnica empregada. A diferença é notória entre o gesto de somente empurrar os pedais para baixo, comparando com o desenvolvimento de todo o ciclo da pedalada: chutando, empurrando, retornando e puxando com ambas as pernas. Com o melhor aproveitamento da pedalada, é possível distribuir melhor a força exercida, como consequentemente retardar a fadiga dos músculos, principalmente do quadríceps sendo o responsável pelo movimento. Uma simples maneira para comprovarmos a eficácia da técnica de “girar” é, por exemplo, pedalar um minuto somente com uma perna e sem clipar a sapatilha no SPD, e posteriormente pedalar com a mesma perna mais um minuto, mas desta vez clipado. Existe uma grande melhora no rendimento da pedalada após pedalar clipado, a diferença é muito significativa, sem contar que a partir do momento que o ciclista faz força nos 360º da pedalada, ao mesmo tempo em que uma perna empurra o pedal para baixo a outra está auxiliando puxando-o para cima, desta forma o ciclista consegue produzir mais força gastando menos energia, quando comparado ao ato de somente empurrar o pedal para baixo. Outro caminho para a evolução da técnica e do rendimento, é a realização de um trabalho amplo de fortalecimento na academia. Este fortalecimento poderá trazer muitos benefícios na pedalada, preparando os músculos e tendões para as sobrecargas dos treinos e competições, como facilitará o emprego da força nos 360º. Sempre quando forem iniciar algo de novo no treino, seja ele em cima ou fora da bicicleta, sempre inicie com baixa sobrecarga (volume e intensidade), de forma que seu corpo tenha tempo para adaptar-se aos novos estímulos, evitando assim lesões cartilaginosas, tendineas, muscular e outras. As avaliações físicas e fisiológicas são bem vindas antes e durante os treinamentos, de modo que possa ter total rastreabilidade de todo o trabalho realizado, bem como monitorar todas suas evoluções, ou até mesmo corrigindo algumas predisposições a disfunções articulares. Por isso quando forem realizar um trabalho mais específico para o ciclismo, não esqueça de envolver todas as cadeias musculares na programação do seu treinamento. E lembrem-se: “Pedalar sempre, esquecer da saúde jamais!!!” | |
Fonte: Ricardo Padovan, graduado em fisioterapia pelo Ceunsp em 2002. http://www.recifeaventura.com/cimat04.htm |
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terça-feira, 10 de janeiro de 2012
A arte de pedalar
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