Esse comportamento é visto como normal na hora de pagar dívidas, de programar viagens, de comprar um carro e de buscar uma recolocação profissional.
O mesmo se passa em nossa vida desportiva. Pensando dessa forma, para que treinar ciclismo de forma desorganizada, sem metas ou estratégias, ou seja, conforme diz o ditado popular, “ao Deus dará”?
Desde a Grécia antiga, onde a vitória olímpica era a maior dádiva que um homem poderia conquistar, já havia uma preocupação com o planejamento do treinamento. Os gregos procuravam organizá-lo de forma a obter o melhor rendimento na competição.
Mais contemporaneamente, na década de 60, os pesquisadores russos, principalmente Matveyev, estabeleceram o que chamamos hoje de periodização, ou planejamento, do treinamento desportivo. O método consiste na construção logicamente ordenada e sistematizada do treinamento ao longo do tempo na busca de um objetivo, como por exemplo, uma vaga ou vitória olímpica.
Olhando nesta perspectiva, tem-se a impressão de que o planejamento do treinamento é coisa exclusiva para atletas. Mas não é. Afinal, se há um objetivo concreto, há a possibilidade, e indo além, há a necessidade de se planejar.
A grande sacada do treinamento está no planejamento e na monitoração, pois entender, além de planejar, os efeitos da carga de treinamento sobre o organismo permite direcionar as adaptações desejadas e saber a hora certa de “tirar o pé ou acelerar” na carga de treinamento, respeitando a individualidade do cliente e obtendo o melhor rendimento dele.
Um corredor de velódromo que corre provas rápidas não treina igual ao ciclista que corre ultramaratonas de mountain bike. Essas diferenças existem também entre ciclistas passistas e velocistas.
Da mesma forma que o técnico, o preparador físico também tem que pensar neste contexto para planejar seu trabalho.
E o custo financeiro dessa orientação é mais barato do que se imagina. Existem ferramentas de monitoramento que permitem um refinado controle sem os altos custos de testes como os de lactato, de consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) etc. Basta ter um bom e fidedigno monitor de freqüência cardíaca e alguns questionários validados cientificamente para termos um bom monitoramento, deixando os testes mais custosos para momentos pontuais, quando estes forem necessários.
Texto adaptado de: José Luiz Dantas
Mestrando em Treinamento em Esportes e preparador físico de ciclistas amadores e profissionais.
Mestrando em Treinamento em Esportes e preparador físico de ciclistas amadores e profissionais.
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